Passados 40 dias de penitência, viveremos 50 dias de festa!
A Quaresma está chegando ao fim. Se você ainda não entrou no espírito quaresmal com seriedade, não se preocupe: ainda há tempo! Como na parábola dos trabalhadores da undécima hora (Mt 20, 1-16), independente da hora que iniciem os trabalhos, o salário para os operários da messe é o mesmo: a vida alegre nos Céus eternamente.
Passado este período de preparação intensa para a Celebração da Páscoa, centro do ano litúrgico, a Igreja introduz a Semana Santa. Também chamada Semana Maior, é o momento crucial para cristãos porque celebra a morte e a Ressurreição do Senhor, quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu Mistério Pascal, quando, morrendo, destruiu a nossa morte e, ressuscitando, renovou a vida.
A Edições CNBB preparou um conteúdo para que você, querido(a) leitor(a), viva melhor este tempo santo! Confira:
Quando começa a Semana Santa?
É comum pensarmos que a Semana Santa se inicia na Quinta-Feira da Santa Ceia, mas sua abertura se dá no Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, quando ocorre a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém.
Apressemos o passo e corramos ao encontro de Jesus, aquele que entra, por espontânea vontade, não somente em Jerusalém, mas também na morte para dar-nos a vida. Quando lemos a narração da Paixão de Nosso Senhor na Missa de Domingo de Ramos, fazemos presente esse sacrifício salvífico e eterno.
Domingo de Ramos da Paixão do Senhor
No primeiro dia da Semana Santa, ocorre a tradicional bênção de ramos seguida da procissão, que recorda a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém. A benção e a procissão de ramos são inseparáveis; onde não houver procissão e Missa, não pode haver bênção de ramos.
Meditar sobre a aclamação do povo de Israel pode ser de muito proveito. O povo, que acolheu Jesus com ramos de palmeira, gritando “Hosana ao filho de Davi!”, dias depois, gritará “crucifica-o!” como condenação. Papa Francisco, no Domingo de Ramos de 2021, relembrou os fiéis da verdadeira missão de Cristo: “O seu povo espera celebrar a vitória sobre os romanos com a espada, mas Jesus vem celebrar a vitória de Deus com a cruz”.
Segunda-Feira da Semana Santa
Neste dia, a Liturgia nos apresenta um trecho do Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus vai a Betânia para visitar os amigos Lázaro, Marta e Maria. Sua Paixão está cada vez mais próxima. A primeira leitura é a do Servo sofredor e a Igreja vê um paralelismo total entre esse Servo cantado pelo profeta Isaías e Cristo.
Terça-Feira da Semana Santa
A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. O Evangelho narra Cristo que cumpre a vontade do Pai e glorifica-o com sua vida e morte. A primeira leitura é o segundo canto do Servo do Senhor; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra.
Quarta-Feira da Semana Santa
Em muitas paróquias, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-Feira Santa. Os homens saem, de uma igreja ou local determinado, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem, de outro ponto, com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o encontro entre a Mãe e o Filho.
Quinta-Feira da Semana Santa
A Quinta-Feira Santa é riquíssima em celebrações e símbolos. Pela manhã, ocorre a benção dos santos óleos. Na Missa vespertina, temos o ritual do Lava-Pés e o início do Tríduo Pascal com a celebração da Ceia do Senhor, onde Cristo instituiu a Eucaristia e o ministério sacerdotal.
Sexta-Feira da Paixão do Senhor
A tarde da Sexta-Feira Santa apresenta o drama da morte de Cristo no Calvário. A Cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, junto do discípulo Amado e da sua Mãe.
Há um ato simbólico muito expressivo e próprio desse dia: a veneração da Santa Cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.
Bom saber!
A Igreja concede uma indulgência plenária aos que, na Sexta-Feira Santa, participam piedosamente da veneração da Santa Cruz e beijam devotamente o Santo Lenho.
Sábado Santo
O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é o Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito na Cruz – “Por que me abandonaste?” –, agora, Ele cala no sepulcro. Por isso, um silêncio deve repousar também em nossos corações.
“Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos “.
De uma antiga homilia no grande Sábado Santo, do século IV.
Na Vigília Pascal na Noite Santa entre o Sábado e o Domingo da Ressurreição, leremos a narração do Evangelho segundo São Lucas.
“(…) Por que buscais entre os mortos o Vivente? Não está aqui. Ressuscitou! (…)” (Lc 24, 5-6).
Nesta noite, estamos vigilantes para a libertação eterna de todo o mal que nos aflige. A morte não tem mais a última palavra. Peçamos ao Senhor a graça de, como as santas mulheres que foram ao túmulo de Jesus, presenciarmos o sepulcro vazio e a morte vencida logo pela manhã do Domingo.
Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor
É o dia santo mais importante do cristianismo. Quando dizemos “Cristo vive”, não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança, mas Ele está, de fato, presente em nossa vida e não se mostra indiferente aos acontecimentos e sofrimentos humanos, reconstruindo o que parecia estar acabado.
O Sumo Pontífice, Papa Francisco, exortou-nos sobre a realidade do Deus vivo e atuante na Vigília Pascal na Noite Santa de 2021:
“Deus pode construir uma obra de arte inclusive a partir dos escombros do nosso coração – cada um de nós sabe, conhece os escombros do próprio coração –; inclusive a partir dos pedaços arruinados da nossa humanidade, Deus prepara uma história nova. Ele sempre nos precede: na cruz do sofrimento, da desolação e da morte, bem como na glória de uma vida que ressurge, de uma história que muda, de uma esperança que renasce”.
4 Dicas para viver bem o Tempo Pascal
- Viver em comunidade
Após os traumáticos momentos da Paixão, os Apóstolos se reuniram no cenáculo. Papa Francisco remarca em vários momentos que um cristão não vive sozinho. Vá à Missa, conviva fraternalmente com seus irmãos em Cristo!
- Leitura espiritual
As leituras espirituais são de grande ajuda para as almas que, como a terra com espinhos, vai se distraindo ao longo dos dias e à medida que as preocupações mundanas incomodam, ler um bom livro, especialmente que fala aos nossos combates e sofrimentos, é de muito proveito para todos.
- Exercícios espirituais
Assim como na Quaresma, momento em que vivemos os dias de forma diferente, com práticas diferentes, assim deve ser o Tempo Pascal. São 50 dias a serem vividos como se fossem apenas um: o dia que o Senhor fez para nós. Por isso, em muitas leituras encontramos exercícios espirituais que nos remetem a uma vida nova.
- Anunciar o ressuscitado
Depois de sua Ressurreição, Jesus envia os seus discípulos à Galileia e indica: “Ide e anunciai!”. Nós, como seus seguidores, também devemos estar em uma constante atitude de anúncio da Boa-Nova que é Cristo ressuscitado, vencedor da morte.
Dicas de leitura para o Tempo Pascal
Anunciai a todos! Pensamentos do Papa Francisco para os dias da Páscoa
Neste subsídio para o Tempo da Páscoa, a Edições CNBB apresenta uma coletânea de pensamentos e reflexões do Papa Francisco. Concebido no formato de um “calendário do Tempo Pascal”, esse prático volume abrange o período que vai do Domingo da Páscoa até o dia de Pentecostes. Trata-se de uma simples ajuda, no estilo do Papa Francisco, com pensamentos do Santo Padre que pretendem nos ajudar no empenho diário durante todo o Tempo da Páscoa. Um convite para “anunciar a todos” que o Cristo ressuscitado é fonte de alegria e consolação, porque transforma nossa vida com o seu amor!
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Coleção Vida e Liturgia, Vol. 03 – A Arte de Celebrar: Guia Pastoral
O presente volume recolhe uma série de artigos publicados na revista Célébrer e deseja ser um guia para a arte de celebrar. Não uma arte engessada, definida uma vez por todas (pensemos em um rubricismo exagerado que faz perder a dimensão da arte), mas a arte de agir com “nobre simplicidade”, segundo a terminologia do Concílio Vaticano II, o tesouro que a Igreja nos oferece e cuja finalidade é a celebração do Mistério Pascal de Cristo, por meio da ação do Espírito Santo, para a glória de Deus Pai e a salvação do gênero humano.
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Exercícios Espirituais para o Tempo da Páscoa
Esta obra foi pensada para nos ajudar a vivenciar a espiritualidade da Páscoa e, por meio da leitura e da meditação, nos aprofundarmos em uma vida de fé, sob o prisma da Ressurreição de Jesus Cristo. Com este “Roteiro Pascal” em mãos, é possível dedicar, a cada dia das sete semanas desse Tempo, um momento especial para a oração, contemplando a alegria pascal.
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Que os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, “como um grande Domingo”, diz Santo Atanásio.
“Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e alegremo-nos nele!” (Sl 118[117],24).
A Edições CNBB deseja a todos(as) que entremos neste tempo com o coração exultante e certos do pecado vencido, da morte derrotada e da vida eterna nos Céus conquistada!
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