Por Pe. Frei Elionaldo Ecione e Silva, O. de M[1]
O Tríduo Pascal é a plenitude da Revelação do mistério de Cristo, que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Nesses três dias, podemos contemplar tudo o que Deus fez por nós em seu Filho Jesus: Paixão, morte e Ressurreição. É a Revelação plena do amor de Deus, que se derramou em cada gota de suor e sangue pela nossa redenção (Mt 20,28).
De acordo com as Normas Universais do Calendário Litúrgico de 1969,[2] o Tríduo Pascual começa com a Missa vespertina na Ceia do Senhor, possui o seu ápice na Vigília Pascal e encerra-se com as vésperas do Domingo da Ressurreição. Em outras palavras, já é a celebração solene da Páscoa.
Como discípulos e missionários de Cristo, somos chamados a viver o Tríduo Pascal com toda a nossa fé e disposição, pois, nesses dias, Jesus nos deixou a herança de sua graça e o desígnio de seu amor benevolente (Ef 1,4-13).
Cada palavra, gesto e atitude de Jesus são constitutivos para a Igreja: o lava-pés, como exemplo de humildade e serviço (diaconia); a instituição da Eucaristia, como memória pascal da entrega do cordeiro e renovação da Aliança entre Deus e os homens (Eucaristia); o sacrifício redentor na Cruz, como a plenitude da Revelação do Filho de Deus (Mt 27,54); a Ressurreição, como meta e esperança de vida nova… Enfim, o Tríduo Pascal é a essência primordial do mistério cristão.
É no Tríduo Pascal que a Igreja é constituída: do lado aberto de Jesus na Cruz jorra a fonte de água viva, a fonte sacramental da Igreja. Por isso, a Igreja nasce santa, porque tem sua origem no Coração de Jesus.
Por essa razão, os primeiros cristãos nasciam pelo Batismo na vigília pascal, nasciam para a vida nova comunicada na Páscoa, após uma longa preparação que era intensificada na Quaresma. É a manifestação definitiva da luz sem ocaso. É a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. No Tríduo Pascal está escrita a página mais decisiva e definitiva da história da Salvação.
[1] Pe. Frei Elionaldo Ecione e Silva, O. de M. é religioso da Ordem de Nossa Senhora das Mercês (Mercedários). É graduado em Filosofia pelo Instituto São Boaventura, Brasília (2009); possui também graduação em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2014). Atualmente, está fazendo o curso de especialização em Espiritualidade Cristã na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE – ECOE). Trabalha com a formação catequética para os leigos na Paróquia de Nossa Senhora das Graças em Ibirité, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde é Pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Graças. É pesquisador na área da Teologia Sistemática.
[2] SÃO PAULO VI. Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Mysterii Paschalis sobre a Celebração do Mistério Pascal aprovando as Normas Universais do Ano Litúrgico e o Novo Calendário Romano Geral, 14 de fevereiro de 1989. Disponível em: <http://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/motu_proprio/documents/hf_p-vi_motu-proprio_19690214_mysterii-paschalis.html>. Acesso em: 2 abr. 2020.
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